terça-feira, 15 de março de 2011

Saying Goodbye

Por muito dificil que seja, as vezes, temos que dizer ADEUS.
Apesar de ser uma palavra curta é uma das mais dolorosas, e quando pronunciada, parece-me uma das mais compridas do mundo.

É verdade que não podemos ter tudo para sempre, que tudo um dia acaba, é esse o ciclo de todos os seres vivos, sejam plantas ou animais, racionais ou irracionais.
Os seres vivos nascem com o seguinte objectivo: Crescer, procriar e morrer.
Os animais irracionais tornam a vida mais simples para eles, apesar de em algumas espécies quando um "ente querido" decide passar para o outro mundo, se revelar uma determinada afecção, como são irracionais (dizemos nós), não são capazes de formar memórias, pelo que, dizer ADEUS não lhes é nada, pelo menos significativamente. Já nós, seres humanos, ser vivo racional, temos a capacidade de guardar memórias e por isso quando temos que dizer ADEUS, uma dor avassaladora toma conta de nós e somos capazes de passar dias, meses, anos ou até mesmo o resto da vida em alguns casos a viver num mundo só nosso repleto de melancolia, onde as nossas memórias de um tempo passado, de um tempo antes do ADEUS nos assombram.

Não é a primeira vez, nem será a única, que tenho aliás, que sou obrigada a dizer ADEUS. Mas há algo de diferente desta vez, mas o quê?
De todas as outras vezes, ninguém esperava um ADEUS, foi tudo de repente, sem aviso desta vez, não será um aviso, não será uma surpresa, será algo que todos nos já esperávamos, algo que eu ja sabia que iria acontecer, só não a esperava tão cedo assim.

Eu digo será, em vez de foi porque, aquilo que temo ainda não aconteceu, ainda está para acontecer, para muito brevemente. É isso que me faz confusão! Que me dá voltas á cabeça, que me está a fazer chorar mesmo antes da desgraça! AINDA NÃO FOI UM ADEUS, AINDA ESTÁ PARA SER!
E agora? O que lhe digo?
A tentar evitar o pior, a tentar fugir à dor da perda, fui adiando o dia em que Lhe ia ligar, nunca soube o que lhe dizer, neste momento, estou ainda pior!
Se ligar, parece tão mal, é como se o tivesse a mandar para as cinzas mais cedo, como se lhe dissesse " Avô, o avô vai morrer e que quero despedir-me de si".
Mas, se não lhe disser nada isto é o que o farei pensar "Minha neta, de tantos anos que te escrevi, não foste capaz de te despedir de mim"
Se ao menos ele percebesse como estou aterrorizada, como tenho escondido este medo, de tudo e de todos para que olhassem para mim e me vissem forte! Ele compreenderia que, não é por não querer saber que não lhe ligo, é por medo, por não quero ter que dizer ADEUS, porque não é nestas condições que lhe quero falar! Quero-o vivo, saudável e guardando as suas palavras para o papel como sempre fez! Não o quero agarrado a uma cama, sem forças, vencido pela vida que tanto o torturou, amarelo e sem inspiração para escrever pois acha que não vale a pena!

Eu sei que nada é para sempre
Sei que todos morremos, que um dia serei eu!
Mas eu não queria já!
Ele merecia mais tempo, merecia o tempo que por erros de pessoas supostamente competentes lhe foi retirado!

Agora que ele se vai,
Eu não consigo, não tenho forças para lhe expressar o que sinto.
E tudo o que consigo é tornar público (não sei bem pq, talvez pq ja não uso o diário), o medo e a impotência que sinto!

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